Rapper Duguetto Shabazz fala sobre preconceito e violência no CASA Itaparica

Cantor e compositor cantou e conversou com adolescentes em internação provisória no evento promovido pela Edepe, órgão da Defensoria Pública

 

“Menores infratores delinquentes juvenis. Talentos promissores carregando fuzis. Perigosos predadores capazes de atos vis. Mas os indicadores apontam para dois Brasis.”. A estrofe inicial da música “Menores Infratores” (de 2015), cantada pelo rapper Dugueto Shabazz, talvez resuma a tônica do debate que ele participou, no último sábado (30/04), com adolescentes em internação provisória e internação sanção no CASA Itaparica, no Complexo do Brás, em São Paulo.

No evento promovido pela Escola da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (Edepe), órgão vinculado à Defensoria Pública, o rap foi a ferramenta para debater sobre os direitos infantojuvenis, o combate à violência e o preconceito em relação aos jovens que cometeram ato infracional. O rapper, que já atuou como arte-educador na Fundação CASA, foi acompanhado pelo DJ Pepeu e o Mestre Malik-D.

O debate contou ainda com as defensoras públicas Fernanda Dutra Pinchiaro e Adriana Kalil Issa Peres que apresentaram os músicos e participaram das discussões com adolescentes e servidores.

Dugueto Shabazz ainda cantou outras duas músicas: “Vamos pra Palmares”, cujo clipe foi lançado em outubro de 2021, e fala sobre a simbologia do maior quilombo de resistência negra contra a escravidão no Brasil; e “Da onde eu vim”, canção ainda inédita nas rádios e que trata da origem e sobrevivência de um adolescente da periferia que se envolve com a criminalidade.

“O Dugueto (Shabazz) comentou com os jovens do CASA Itaparica que ali foi um dos primeiros lugares onde ele cantou essa nova música, que em breve será lançada. Isso foi uma honra para os adolescentes”, comentou o diretor do centro socioeducativo, Renato Grillo.

No intervalo entre cada música, o rapper, os outros músicos e as defensoras públicas conversavam sobre os temas das canções com os jovens e servidores.

“Os adolescentes se identificaram muito com as canções, perguntaram e contaram o quanto elas retratavam do que alguns deles viveram, mas que também traziam mensagem de esperança, sobre mudança de vida”, afirmou o diretor do CASA Itaparica.

“O debate sobre os direitos e o combate à violência é sempre fundamental, pois ela gera impactos sobre todos nós, em especial nas periferias e entre os menos favorecidos”, concluiu o secretário da Justiça e Cidadania e presidente da Fundação CASA, Fernando José da Costa.

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