Jovens do CASA Mário Covas participam do Sarau Asas Abertas

Literatura marginal e superações permearam a tarde de bate-papo e poesia na atividade de férias escolares

 

Os adolescentes que cumprem medida socioeducativa de internação no CASA Governador Mário Covas, no Complexo da Vila Maria, em São Paulo, tiveram uma tarde com histórias de superação, poesia e literatura marginal durante o sarau Asas Abertas. A atividade pedagógica, ocorrida na última sexta-feira (13), é parte da programação das férias escolares do centro socioeducativo.

O empreendedor Erick Soares e a poetisa Gisélia Sá Trajano, a Gi Trajano, contaram sobre o envolvimento que tiveram com a criminalidade no passado, mas como mudaram de paradigma e hoje convivem em sociedade. Por meio de palestras nos sistemas prisional e socioeducativo, eles buscam conscientizar e mostrar alternativas.

Soares, nascido no bairro do Capão Redondo, no extremo Sul da capital paulista, acabou entrando para a criminalidade por volta dos 17 anos, depois de concluir o curso técnico em contabilidade.

Em 2015 foi preso pela Polícia Federal e, ao responder judicialmente pelos atos que cometeu, acabou encontrando amparo na família e em um amigo, que lhe direcionaram para novos valores. Hoje, procura auxiliar pequenas empresas a reduzir sua carga tributária. Na sua trajetória, até já participou na primeira temporada do seriado Sintonia, da Netflix, que conta a história de três adolescentes amigos moradores da periferia.

Já Gi Trajano chegou a ser condenada por crime hediondo. Sua mãe faleceu enquanto cumpria sua pena. Ao sair da prisão, não tinha para onde ir ou mesmo uma roupa própria para vestir. Ela trilhou um novo caminho até conhecer o coletivo e se juntar aos “Poetas do Tietê”.

“São histórias importantes, contadas na linguagem dos adolescentes que atendemos, mostrando que o crime não compensa e o quanto eles perderam na trajetória”, avalia a coordenadora pedagógica do CASA, Jéssica Cinel. “Eles deixaram o recado de que é um dinheiro ruim, tirado de pessoa do bem e que não traz felicidade.”

Durante o sarau, que teve temática aberta, adolescentes e poetas trocaram rimas, leram poemas e interagiram. O grupo doou 30 livros de poesias e literatura para a biblioteca do centro socioeducativo.

Também participaram do sarau os membros Luís Claudio Oliveira e Jaime Queiroga.

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