Jovens da Semi São José assistem à discussão sobre conexão entre adultos e jovens

Em palestra na Escola Judicial dos Servidores do TJSP, psicóloga discutiu a construção de relações saudáveis entre essas gerações

 

Três adolescentes, de 16 e 17 anos, que cumprem medida socioeducativa no CASA de Semiliberdade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, assistiram presencialmente na última sexta-feira (06) à palestra sobre o fortalecimento da conexão entre adultos e jovens, ministrada pela psicóloga Carmen Silvia Cintra Torres de Carvalho, realizada pela Escola Judicial dos Servidores (EJUS) e a Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

O debate aconteceu na sede da Escola Paulista da Magistratura (EPM) na cidade de São Paulo. No total, 360 pessoas participaram nas modalidades presencial e virtual. A agente educacional Graziela Pelegre e a pedagoga Adriana de Brito, que atuam no CASA de Semiliberdade, acompanharam os jovens e a discussão.

A psicóloga tratou da dificuldade de conexão nessa etapa da vida, pois, de um lado, há relatos dos pais sobre o afastamento na adolescência e o sentimento de ingratidão gerado pelos filhos, enquanto do outro, os jovens se queixam da dificuldade de os adultos aceitaram suas identidades. “Existem dois polos que se amam, se desejam, mas é como se estivessem em lados opostos de uma ponte que não sabem atravessar”, afirmou.

Carmen trouxe o conceito de vínculo como uma união com características duradouras e elos de conexão, baseado em pilares de conhecimento, reconhecimento, ódio e amor. A palestrante resumiu a definição complexa da construção do vínculo a duas palavras: reciprocidade e amor.

“Colocar limites por meio da compreensão e do diálogo ensina sobre respeito e responsabilidade pelas próprias ações. Conversar sem julgar legitima a criança. Ela entende que tem valor para você e isso cria uma conexão”, explicou.

De acordo com o diretor do CASA de Semiliberdade de São José dos Campos, Marcos Valdir Silva, levar os jovens para assistir à discussão foi uma estratégia para mostrar que o sistema de Justiça se dedica à infância e juventude de forma ampla.

“Os adolescentes viram que a Justiça estava tratando de um tema relacionado à vida deles em uma dimensão que não era apenas a visão punitivista pela qual eles deram entrada no sistema quando julgados pelo ato infracional cometido”, avalia o diretor. Assistir presencialmente à palestra também foi meio de mostrar que, ainda que estejam cumprindo a medida, os jovens podem estar no mesmo ambiente e participar como sujeitos de direitos.

A ideia de levar os adolescentes a participar de eventos formativos do TJSP veio após uma visita realizada em abril deste ano ao Palácio da Justiça, no centro da cidade de São Paulo, onde fica da sede do Tribunal. “O objetivo da visitação foi mostrar que a atuação do Poder Judiciário vai além do punitivismo”, conta Silva.

A palestra da psicóloga Carmen de Carvalho contou com a abertura e condução dos trabalhos pelo juiz Egberto de Almeida Penido, integrante da CIJ.

 

Com informações da Comunicação Social do TJSP

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