História do ex-pugilista Maguila é tema de workshop no CASA Osasco II

Irani Pinheiro, esposa e presidente do Instituto Maguila, falou sobre carreira, ações sociais e superação

 

Um boxeador com 85 lutas como peso-pesado em quase 20 anos de carreira, venceu 77 delas, sendo 61 por nocaute, especialmente por causa de seu golpe forte de direita. A partir desse contexto vitorioso, os adolescentes em internação no CASA Osasco II, em Osasco, conheceram na última sexta-feira (27) a história de vida do ex-pugilista José Adilson Maguila Rodrigues dos Santos, o Maguila.

Irani Pinheiro, presidente do Instituto Maguila, esteve no centro socioeducativo da Fundação CASA e conversou com os jovens sobre o histórico do esportista, as ações sociais do Instituto e cedeu espaço para atletas do local contarem suas vivências de superação pelo esporte.

Por meio de vídeo, os jovens em internação conheceram a vida do ex-pugilista, nascido em Aracaju, capital do Sergipe, em 1958. Migrou para São Paulo em 1972, enfrentou dificuldades ao lado da família e, antes de se tornar boxeador, trabalhou como pedreiro e segurança. Começou a treinar boxe aos 20 anos. O talento, aliado à disciplina e treinamentos, o levou a ficar conhecido como o maior lutador peso-pesado do Brasil. Ganhou os títulos de campeão brasileiro, sul-americano e mundial. Maguila lutou profissionalmente entre os anos de 1983 e 2000.

Para os adolescentes terem contato com a modalidade, três atletas do Instituto Maguila, ao lado do treinador, mostraram um pouco das técnicas, além de contar suas histórias de superação, de como o boxe ajudou a modificar suas vidas. “Alguns deles enfrentaram situações de vida parecidas com aquelas dos jovens atendidos, mostrando que o esporte muda positivamente a vida”, avalia o diretor do CASA Osasco II, Thiago Ovigli.

Segundo o diretor, ainda que a carreira do ex-pugilista tenha se desenvolvido numa época em que os adolescentes não acompanharam sua trajetória, a história de Maguila despertou sentimento positivo. “Eles ficaram orgulhosos de haver um ícone do esporte que representou tão bem o Brasil”, afirmou Ovigli.

Após o término da carreira profissional como atleta, no início dos anos 2000, o casal decidiu criar o Instituto Maguila, que se localiza na zona Oeste da cidade de São Paulo e atua na inclusão e desenvolvimento de pessoas de todas as idades por meio do esporte, cultura e educação. Hoje o local atende a cerca de 250 indivíduos, que participam gratuitamente de aulas de boxe.

Nos últimos anos o atleta enfrenta uma doença degenerativa causada pelos golpes repetidos na cabeça, a encefalopatia traumática crônica. Maguila vive em uma clínica no interior paulista e passa por cuidados especializados e acompanhamento constante da família.

A realização do workshop no centro socioeducativo contou com o auxílio da pedagoga Ana Lúcia de Andrade, que intermediou o contato com a presidente do Instituto Maguila.

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