CAIP Ruth Pistori completa dez anos de funcionamento

Para celebrar, equipe do centro de atendimento inicial e internação provisória feminino realizou mostra

 

Já se foram dez anos desde o início do funcionamento do CAIP Ruth Pistori, em maio de 2013 na cidade de São Paulo, destinado ao atendimento inicial e internação provisória de adolescentes do gênero feminino. Para celebrar e refletir sobre o trabalho realizado, a equipe do centro de atendimento promoveu na última segunda-feira (05) mostra, seguida de bate-papo sobre direitos da mulher e ato ecumênico com vertentes parceiras do Programa de Assistência Religiosa (PAR).

Participaram jovens atendidas, servidores do CAIP e da Divisão Regional Metropolitana Sudeste (DRMSE), responsável pela supervisão do centro socioeducativo, como a diretora da DRMSE, Magali Rainato. Na comemoração de cerca de duas horas e meia, a palavra de ordem foi reflexão.

No início, todos que chegavam foram convidados a ver a mostra, em uma das salas, com fotos e indicações sobre a evolução do centro socioeducativo, o perfil das adolescentes atendidas, as ações do setor pedagógico, o atendimento na pandemia, dentre outros.

No segundo momento, membros da Defensoria Pública do Estado, que atuam no Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Diretos das Mulheres (Nudem), palestraram sobre a Lei Maria da Penha, destacando os direitos das mulheres e a importância e a necessidade do combate à violência doméstica, assim como a sua identificação.

Depois, no ato ecumênico, representantes da Pastoral do Menor, da Igreja Católica, da Igreja Universal e das Testemunhas de Jeová discutiram o valor moral, ético e religioso de reconhecer as adolescentes como pessoas, mesmo tendo cometido ato infracional, ressaltando como as religiões levam, por meio do PAR, mensagem de amor, compaixão e empatia.

A representante da Pastoral do Menor, a irmã Josefa Ferreira de Medeiros, ainda lembrou a trajetória da assistente social Ruth Pistori, uma grande defensora dos direitos de crianças e adolescentes, que participou das discussões da Assembleia Nacional Constituinte, entre 1986 e 1988, fez parte da comissão redatora do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e ajudou a fundar a Pastoral.

Sobre as evoluções ocorridas no centro socioeducativo, de acordo com a diretora do CAIP, Eunice Meni dos Santos, em dez anos houve queda no atendimento e no fluxo de adolescentes; os processos migraram de físicos para digitais, assim como as audiências que passaram a ser virtuais.

“Começamos com as audiências virtuais em 2018, atendendo a adolescentes do Vale do Ribeira, e, com a pandemia de Covid-19, em 2020, foi estendido para todas as nossas áreas de atendimento”, lembra a diretora, que está à frente do CAIP há pouco mais de oito anos.

Durante a década, os servidores avançaram no aprimoramento das equipes de referência, assim como na realização dos diagnósticos polidimensionais, necessários para o acompanhamento da jovem dentro da Fundação CASA caso seja sentenciada à internação ou semiliberdade pelo Poder Judiciário.

“Hoje temos reuniões periódicas semanais com todas as equipes de referência para acompanhar de perto o atendimento da adolescente”, explica Eunice. Atualmente, o CAIP tem capacidade para atender até 40 adolescentes e, segundo a diretora, isso se reflete em encaminhamentos mais assertivos das adolescentes nas suas comunidades e cidades de origem.

O que esperar para os próximos dez anos? A diretora do CAIP responde: “Vislumbro o mesmo do primeiro dia em que cheguei aqui (ao CAIP Ruth Pistori): o atendimento humanizado e que possamos fazer a diferença positiva na vida delas, nem que seja por um dia, assim como manter a equipe competente que tenho coesa e transparente”.

Da Nudem da Defensoria Pública compareceram a defensora Rita de Cássia Gandolpho e a agente da Defensoria Daniela Barbom Sorpilli, além da defensora Gabriela Estabile Bezerra, do Núcleo da Infância e Juventude (NIJ).

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