Jovens do CASA Itaquera se encantam com planetário móvel
Na cúpula montada pelo Projeto Móbile, eles aprenderam conceitos básicos de astronomia no período das férias escolares
Em 17 anos de vida, hoje (11/07), na antevéspera do aniversário de 33 anos da promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), foi a primeira vez que o adolescente Gabriel (nome fictício), internado no CASA Itaquera, em São Paulo, viu o planeta Terra e o universo sob as projeções da cúpula de um planetário. “Fiquei espantado como o Sol é gigante, porque cabe milhares de vezes o tamanho da Terra nele”, conta o jovem.
A primeira experiência veio nas férias escolares por meio do Projeto Móbile, que levou o planetário móvel ao centro socioeducativo da Fundação CASA. Nele, os adolescentes aprenderam sobre conceitos básicos de astronomia, viajaram pelo sistema solar e retornaram à Terra para se conscientizar que é o único planeta nesse sistema que permite a vida humana.
Numa estrutura inflável e em formato de cúpula, o planetário reproduziu o céu numa estrutura de 180º, que permitiu aos adolescentes e os servidores locais a embarcar numa viagem de exploração que envolveu ensinamentos sobre os tamanhos e composições químicas e físicas dos planetas do sistema solar, os movimentos de rotação e translação da Terra e a educação ambiental.
Em quatro sessões distintas, jovens e servidores se encantaram com o universo projetado. “Os adolescentes foram muito receptivos e interativos e estar em um centro socioeducativo da Fundação CASA foi uma experiência inédita nos últimos anos para nós”, afirmou o historiador Carlos Eduardo Garcia, gerente do Projeto Móbile, que apresentou e orientou os jovens e servidores nas sessões.
A principal mensagem que o Projeto busca levar aos participantes, segundo Garcia, é sobre a consciência ambiental. “No sistema solar é impossível a vida fora da Terra e o nosso foco principal é mostrar a importância da preservação do planeta”, acrescentou o gerente.
De acordo com o jovem Gabriel, o conteúdo foi apresentado de forma mais aprofundada do que ele já havia estudado em sala de aula. “Aprendi sobre a necessidade de cuidarmos do planeta em que vivemos.”
Para o presidente da Fundação CASA, João Veríssimo Fernandes, o acesso a esse tipo de atividade pedagógica, cedida em ação social pela empresa, contribui para a formação dos adolescentes em internação. “É proporcionar um momento de observar o mundo por outro ângulo, assim como é o processo de reflexão sobre o ato infracional praticado, para que venha a ter consciência e mude de postura diante da sociedade”, afirma João Veríssimo.
A maioria dos jovens participantes dessa experiência cursa o Ensino Fundamental Anos Finais (antigo Ensino Fundamental II) e Ensino Médio. As aulas da educação escolar na Fundação CASA ocorrem em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, seguindo o sistema, conteúdo e calendário da rede pública estadual.
A programação das férias de julho do CASA Itaquera ainda contará com apresentação dos espetáculos “Fio do Meio, ato n°2: a travessia desacreditado do esbarrão”, do coletivo Cia Gente, e Caravana Tapioca; palestras sobre trajetória de vida, machismo e meio ambiente – com direito à apresentação de animais como coruja e cobra -, dentre outras atividades.
