Centros da DRMSE celebram Consciência Negra

 

A ancestralidade africana, a contribuição na cultura brasileira, a existência do racismo estrutural, o resgate da autoestima e o enfrentamento do preconceito foram algumas das temáticas que adolescentes em medida socioeducativa nos centros da Divisão Regional Metropolitana Sudeste (DRMSE), na capital paulista.

As atividades, ministradas pelas equipes pedagógicas, com apoio, em alguns CASAs, dos professores das escolas vinculadoras, acontecem ao longo do mês de novembro, quando se celebra a Consciência Negra – em alguns municípios do Estado de São Paulo, a data é celebrada no dia 20.

As adolescentes em internação no CASA Feminino Bom Retiro, por exemplo, vêm participando de atividades desde a semana passada, com discussão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira, a política de cotas e a diferença das comemorações de 13 de maio e 20 de novembro.

Na próxima sexta-feira (27), como estratégia de resgate da autoestima e valorização da beleza negra, o centro socioeducativo promove o 1º Concurso Beleza Preta CASA Feminino Bom Retiro. O tema, aliás, já foi pautado na última quinta-feira (19), com uma tarde de cuidados com cabelos em estilo afro.

Entre os centros socioeducativos femininos, as jovens em internação no CASA Chiquinha Gonzaga, durante as aulas da educação escolar, com conteúdos indicados pelos professores da E.E. Oswaldo Cruz, debateram de forma interdisciplinar a presença do negro na história, nas artes e nas ciências. No final da semana de debates, elas assistiram ao filme “Estrelas Além do Tempo”, do diretor Theodore Melfi, sobre a história real de três cientistas negras que ajudaram a levar o homem à lua.

No CASA Ruth Pistori, as adolescentes e os servidores realizaram rodas de conversa, assistiram a filmes temáticos – como o curta metragem “Dudu e o lápis cor da pele”, do diretor Miguel Rodrigues – e discutiram textos sobre consciência negra. Na prática, elaboraram dissertações sobre o tema e o CASA realizou na última quarta-feira (18), um desfile interno de vestimentas alusivas à cultura afro, além de escolher a “garota afro-simpatia”.

A equipe pedagógica do CASA Rio Tocantins optou por discutir o universo plural do “afrofuturismo”, apresentando aos adolescentes em internação provisória a renovação do movimento negro mundial e brasileiro, nas manifestações na música, artes plásticas, dança, teatro, entre outros. Os debates acontecem todas as sextas-feiras, no período da educação escolar. Para esta última semana, a programação é expor a produção temática dos adolescentes realizada ao longo do mês.

Na semana alusiva à Consciência Negra, os adolescentes em internação provisória no CASA Topázio discutiram a arqueologia da escravidão e o livro “O Perigo de uma História Única”, da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Em palestra, eles conferiram a história de Zumbi dos Palmares e discutiram a unificação do movimento negro e práticas antirracistas. Houve ainda uma roda de conversa sobre “Domésticas”, dos diretores Fernando Meirelles e Nando Olival, abordando a inserção social e econômica do negro.

Já no CASA Rio Paraná, os jovens em internação provisória, por meio de palestras e bate-papos com a equipe do centro, refletiram sobre os aspectos históricos da inserção do negro, o fim da escravidão e a inserção do negro na sociedade. Os aprendizados se refletiram em cartazes e outros conteúdos, expostos durante a visita familiar presencial, além da confecção de bonecas abayomi, um símbolo africano de resistência, tradição e poder feminino.

No CAI Gaivota, centro socioeducativo de entrada de jovens apreendidos na capital, os adolescentes em quarentena (medida preventiva para evitar a disseminação da Covid-19) participaram de rodas de conversar sobre consciência negra com os servidores.

No CASA Itaquera, por meio de uma dinâmica, os adolescentes em internação debateram preconceito e privilégios decorrentes da cor da pele. Em um jogo de perguntas e respostas que demonstravam algum tipo de preconceito social – como o atendimento preferencial de pessoas brancas em um restaurante –, em que a cada afirmação demonstrou a discriminação sofrida, os rapazes e os servidores discutiram como o racismo acaba sendo estrutural.

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