PREVENÇÃO

A prevenção, aplicada ao fenômeno das drogas, visa a adoção de uma atitude responsável com relação ao uso de psicotrópicos. Isto equivale dizer que a prevenção ao uso indevido de drogas é uma intervenção cujo objetivo é evitar o estabelecimento de uma relação destrutiva de um indivíduo com uma droga, levando-se em consideração as circunstâncias em que ocorre o uso, com que finalidade e qual o tipo de relação que o sujeito mantém com a substância, seja ela lícita ou ilícita.

Assim, o eixo principal da prevenção é o ser humano.

Para que uma proposta de prevenção possa ser bem sucedida, encontrar receptividade na população-alvo e surtir efeitos concretos, é fundamental que as ações sejam orientadas por idéias construtivas, considerando as necessidades e características biopsicossociais do homem. Devem, ainda, objetivar a educação em prol da formação do sujeito e de sua inserção na sociedade a partir da promoção da qualidade de vida e da valorização da vida que o preconiza enquanto um ser social dotado de vontade e capaz de transformar a si e a seu meio.

  • Informar é suficiente para prevenir?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) uma pessoa bem informada tem menor possibilidade de usar drogas.

A informação – desde que não esteja baseada no medo e nem seja repassada de forma alarmista – é um dos instrumentos que contribui para a prevenção.

De outro lado, a informação por si só não é suficiente para mudar o comportamento e as atitudes das pessoas. Para que isso seja possível é fundamental que seja dada atenção para os aspectos afetivos bem como para as necessidades pessoais/sociais do indivíduo.

  • Fatores de risco e fatores protetores

As propostas preventivas devem ser destinadas não apenas a prevenir o uso indevido de drogas, mas a resgatar toda uma dimensão humana desrespeitada. É uma tarefa difícil e complexa, pois envolve o ato de restabelecer sentidos para a vida social, devolvendo valores e normas éticas baseadas no respeito à pessoa e às suas diferenças, bem como ao ambiente e às tradições culturais, religiosas e históricas. É este conjunto, com suas numerosas interfaces transculturais, que órgãos internacionais denominam de “melhoria de qualidade de vida”, focalizando não o produto, nem o combate às drogas, mas sim, o homem enquanto cidadão, pessoa e sujeito ativo.

Neste sentido faz-se necessário o desenvolvimento de ações preventivas que, incluindo tanto as drogas lícitas quanto as ilícitas, estejam voltadas para o bem-estar físico, psíquico e social do indivíduo. Toda a ação dirigida para o ser humano deverá, pois, levar em conta os aspectos biopsicossociais uma vez que é da interação destes que se constitui o homem e é partir das características específicas de cada um, que decorrem as múltiplas origens da drogadição.

Ao eleger a valorização da vida e aqualidade de vidacomo diretrizes para o desenvolvimento de ações preventivas, considera-se que o problema da drogadição é amplo e não se restringe a uma causa ou motivação, revelando a existência de fatores de risco e fatores de proteção ao uso indevido de drogas.

Como fatores de risco entende-se aqueles que ocorrem antes do uso indevido de drogas e que estão associados, estatisticamente, a um aumento da probabilidade do abuso de drogas. São aqueles que poderão levar o indivíduo a colocar-se diante de agressões. Este enfoque procura prevenir o uso indevido de drogas, eliminando, reduzindo ou mitigando estes fatores.

Como alguns exemplos de fatores de risco tem-se:

  • Fatores legais: a falta de cumprimento de pressupostos legais, como por exemplo, os que proíbem a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos, ou a inexistência de legislação pertinente e atualizada, favorecem o abuso de drogas, tornando-se um fator de risco.
  • Disponibilidade da droga: dependendo das leis e normas da sociedade, sejam as drogas legais ou não, o seu uso pode estar associado à facilidade de acesso ao produto.
  • Fatores econômicos (pobreza ou alto poder aquisitivo): estão relacionados ao aumento da delinqüência pelos jovens bem como ao uso de drogas.
  • Fatores comunitários: constantes mudanças de residência, perda dos laços com a vizinhança, violência urbana, desorganizam a vida social do indivíduo.
  • Fatores familiares: a família pode ser uma das variáveis para o primeiro contato com as drogas, já que os hábitos e os conflitos que o jovem percebe a sua volta contribui para uma introdução à costumes e práticas sociais. Os pais que tem por hábito o uso de drogas podem representar um comportamento tolerante ou indutor do uso de drogas. A perda dos vínculos familiares e do vínculo maternal podem, também, estar relacionados ao uso de drogas.
  • Problemas de comportamento precoces e persistentes: distúrbios de conduta que se iniciam muito cedo e continuam durante a vida, podem favorecer o uso de drogas.
  • Problemas escolares: repetências, faltas, pouco compromisso com as atividades escolares.
  • Pressão de grupos: através do estímulo dos grupos de iguais ou, em alguns casos, conduzido por um colega que já fez uso de drogas. A droga passa a ser um elemento socializador compartido, possibilitando a cumplicidade e um processo interativo com os amigos.

Os fatores protetores são aqueles que protegem o indivíduo de fatos que poderão agredí-lo física, psíquica ou socialmente, garantindo um desenvolvimento saudável. Estes fatores reduzem, abrandam ou eliminam as exposições aos fatores de risco, seja reduzindo a vulnerabilidade ou aumentando a resistência das pessoas aos riscos. Podem ser:

  • Dinâmica familiar estruturada;
  • Diversificação das opções de vida;
  • Rigor com a ética;
  • Respeito aos direitos humanos possibilitando o exercício pleno da cidadania;
  • Oferecimento de condições dignas de saúde, educação, trabalho, alimentação, entre tantas outras.

Para a implementação dos fatores protetores é necessário o desenvolvimento de um processo participativo que identifique e multiplique as ações protetoras, potencializando os efeitos uns dos outros.

O reconhecimento dos fatores de risco e o conhecimento precoce de problemas de dependência reforçam a cadeia de intervenções, podendo-se evitar seu agravamento.

O compromisso com a qualidade de vida visa o homem dentro do seu contexto concreto de vida, discernindo suas dificuldades, seus conflitos e sofrimentos decorrentes de desequilíbrios psicossociais e econômicos, à procura de soluções mais adequadas passíveis de acarretar uma melhora global das suas condições de existência.

Dentro desta concepção, não é mais possível isolar a prevenção do uso indevido de drogas da prevenção da AIDS ou da prevenção de outros agressores à saúde.

Uma prevenção concebida em uma abordagem holística ultrapassa os reducionismos e “humaniza” as intervenções propostas que tocam, inevitavelmente, em questões humanas fundamentais ligadas à sexualidade, ao prazer, aos sentidos da vida.

Para que uma educação preventiva, circunscrita à qualidade de vida, surta efeitos amplos e contínuos, deve fundamentalmente, não se limitar à situações extremas, com riscos já acentuados.

Ao contrário, deve permear ações sociais e educacionais como um todo e de forma contínua, tanto para adultos quanto para jovens, envolvendo valores universais que presidem um verdadeiro progresso social, a saber: tolerância, solidariedade, paz, justiça e direitos humanos.

Para que este progresso seja verdadeiro, tem que se basear no respeito à diferença e na recusa a toda e qualquer discriminação – princípio democrático elementar.

Por fim, para se concretizar uma efetiva valorização da vida, a educação preventiva deve incluir o respeito permanente aos valores culturais e às necessidades e aspirações de uma determinada população, independente do seu nível sócio-econômico. Visa, portanto, disseminar uma verdadeira “cultura preventiva” que possa influenciar as opções que se apresentam nos diversos segmentos da vida.

Neste sentido, necessita de ações que incentivem os processos culturais e interpessoais para fortalecer atitudes, valores e estratégias comunicativas que possam minimizar os mais diversos fatores de risco e incrementar potentes fatores de proteção.

  • Tipos de intervenção preventiva

Para controlar as conseqüências diversas do uso abusivo de drogas, foram desenvolvidos inúmeros programas em diversas partes do mundo. Estes programas variam muito em relação aos seus objetivos, metodologia e ideologia subjacente.

Embora tenha se postulado a possibilidade de importar alguns deles para o Brasil, discute-se a validade de implantar aqui um programa pronto, sem a necessária adaptação.

Como a questão do uso e abuso de drogas é complexa e multidimensional, atingindo de forma diferenciada grupos distintos de pessoas, torna-se impossível desenvolver um programa único, aplicavél a todos os casos. Deve, pois, respeitar a singularidade de cada localidade, população, condição social, cultural, econômica etc., não cabendo, portanto, “pacotes” que sirvam de forma genérica para o Estado e para o País.

Desta forma, antes de se iniciar um programa de prevenção é fundamental delimitar sua população-alvo e levantar as reais necessidades daquele grupo.

Isto posto, deve-se estabelecer os objetivos e as metas do programa.

Para definir objetivos e metas, deve-se responder à pergunta “Onde queremos ir e por quê?”. Assim, um objetivo é a explicitação de um propósito, podendo ser geral ou específico. Um objetivo geral contribui para alguma causa, enquanto o objetivo específico esgota-se em si mesmo, ou seja, conclui um propósito.

Meta é a quantificação do objetivo. Portanto, a meta é sempre mensurável no tempo e na quantidade. Ao se fixar metas, deve-se levar em conta as possibilidades reais de cumpri-las, evitando frustações e comprometimento dos objetivos.

Definidos a população-alvo, suas necessidades, os objetivos e as metas, pensar-se-á nos tipos de intervenção preventiva baseados nos três níveis de prevenção, tradicionalmente enfocados na medicina, a saber:

  • Prevenção primária – quaisquer atos destinados a diminuir a incidência de uma doença numa população, reduzindo o risco de surgimento de casos novos;
  • Prevenção secundária – quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência de uma doença numa população reduzindo sua evolução e duração;
  • Prevenção terciária – quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência das incapacidades crônicas numa população, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais consecutivas à doença.

Prevenção primária

prevenção primária pretende intervir antes que surja algum problema, no sentido de ser um conjunto de medidas que visam uma educação para a saúde. Aqui destacam-se três pontos essenciais:

  • Esta intervenção tem que ser precoce – tem que se aplicar a crianças através do oferecimento de atividades prazerosas, criativas e educativas;
  • Ela deve estar inserida em uma visão mais ampla da educação para a saúde, a fim de tornar atraente as regras para uma vida saudável;
  • Ela tem que se apoiar em “educadores naturais”, em primeiro lugar os pais e também os professores.

Em resumo, a prevenção primária é o programa que objetiva evitar a ocorrência do problema-alvo, isto é, diminuir a incidência prevenindo o uso da droga antes que ele se inicie.

A intervenção primária destina-se a duas faixas:

  • Jovens – enfatizando medidas como a conscientização e sensibilização para os problemas da infância e da adolescência em todos os seus aspectos (fisiológicos, psicológicos e sócio-culturais). Visa, portanto, a todos os jovens e não somente àqueles considerados como de alto risco.
  • Adultos – fornecendo conhecimentos básicos, provocando e favorecendo uma reflexão maior sobre os problemas abordados, bem como um maior engajamento e participação dos “educadores naturais”.

Prevenção secundária

Aplicada aos problemas do consumo de drogas, a prevenção secundária é um prolongamento da prevenção primária, cada vez que esta não alcançou os objetivos pretendidos. Consiste em intervenções para evitar que um estado de dependência se estabeleça.

É definida como uma intervenção especializada, endereçada àqueles que já manifestaram sinais de uma certa dificuldade com os psicotrópicos, em razão de um consumo indevido.

Como exemplo, podemos falar sobre o adolescente que está em dificuldades (pessoais, familiares, sociais etc.) ou que já está consumindo drogas, seja por curiosidade ou de maneira intermitente. Neste caso, apesar dele não ser um dependente, existe um risco maior dele investir na droga.

Faz parte deste nível de intervenção uma variedade de técnicas: aquisição de conhecimento mais adequado à respeito das drogas; conscientização da pessoa em relação ao seu comportamento; suas reações às diversas circunstâncias; o significado das coisas que lhe acontecem e dos gestos que usa para determinadas situações.

A prevenção secundária visa, pois, diminuir a prevalência do problema-alvo, buscando impedir a progressão do uso uma vez iniciado.

Prevenção terciária

Aplicada às drogas, a prevenção terciária tem como objetivo essencial evitar a recaída, visando a reintegração do indivíduo na sociedade, possibilitando-lhe novas oportunidades de engajamento na escola, nos grupos de amigos, na família, no trabalho etc.

Pressupõe-se que, no caso de uso de drogas, a dependência já esteja instalada. Neste caso, a prevenção terciária atuaria antesdurante e depois do tratamento.

  • Antes do tratamento, a intervenção visa auxiliar o indivíduo a formular um pedido de ajuda e o favorecimento de uma relação terapêutica efetivamente privilegiada;
  • Durante o tratamento, visa auxiliar para que não se rompa um processo terapêutico ou de ajuda já iniciado, bem como desdramatizar a situação sem, contudo, minimizá-la;
  • Depois do tratamento, visa uma ação conjugada com uma instituição voltada para a reinserção social.

A prevenção terciária objetiva, assim, diminuir as conseqüências de um uso já continuo e intenso sendo, em geral, estratégias voltadas para a reabilitação e reinserção social do indivíduo.

  • Ações preventivas

Para o desenvolvimento de ações preventivas é necessário firmar bases objetivas e fundamentação para propostas de políticas que ofereçam espaços reais para um programa, relacionando-o sempre com o bem-estar e o desenvolvimento do indivíduo e da sociedade.

As ações preventivas têm como objetivos:

  • sensibilizar e capacitar os recursos humanos das instituições e grupos sociais envolvidos em programas de forma sistemática e contínua;
  • mobilizar a comunidade para as ações de prevenção;
  • desenvolver o processo de comunicação social.

De acordo com os níveis de intervenção, as ações preventivas são classificadas em: específicas e inespecíficas.

As ações específicas estão voltadas para a transmissão de informações, servindo de base para a criação de atitudes, valores e consolidação de comportamento.

O conteúdo desenvolvido nessas atividades está diretamente relacionado às drogas – conceitos, classificação, histórico, dados epidemiológicos, pesquisa etc. – e é o que dá fundamentação teórica ao conteúdo dos projetos.

Embora sejam indispensáveis para a fundamentação e prática de qualquer ação preventiva, a informação por si só não garante o êxito de um programa de prevenção: além da informação não conseguir prevenir nenhum comportamento pode, inclusive, ser contraproducente.

Portanto, deve-se ter muito cuidado em contextualizar e buscar a maior objetividade possível quando da utilização de ações específicas, eximindo-se de posições extremistas.

No que diz respeito às ações específicas de prevenção, existem dois tipos de perspectivas:

  • as que dizem respeito às informações sobre drogas, desenvolvidas através de cursos, seminários, material didático etc., visando informações objetivas e verdadeiras sobre as drogas, seus efeitos e conseqüências.
  • as que se referem à educação à saúde, dando enfoque para a saúde em geral, atuando pedagogicamente, transmitindo conhecimentos, criando atitudes, discutindo valores, com a finalidade de estabelecer comportamentos, hábitos e estilo de vida saudáveis.

As ações inespecíficas estão voltadas para as causas ou fatores que predispõem ao uso ou abuso de drogas, visando potencializar a capacidade preventiva da própria comunidade a partir da criação de uma mentalidade de participação ativa na dinâmica social.

Elas devem ser priorizadas a partir do diagnóstico da comunidade onde serão desenvolvidas. Os problemas detectados devem ser discutidos – buscando-se suas possíveis causas – e, as ações programadas, devem estar voltadas para impedir que estas se manifestem.

Este tipo de ação preventiva está relacionado de forma indireta com o uso de drogas e parte de situações aparentemente triviais, porém com força e peso suficientes para ter, por si só, capacidade preventiva.

Em um projeto de prevenção que tenha como linha a opção pela valorização da vida e melhoria da qualidade de vida, as ações inespecíficas devem ser priorizadas sem, contudo, esquecer-se das ações específicas.

As ações inespecíficas estão voltadas para temas abrangentes como: resgate da cidadania; questões do bem-estar social; sexualidade; opção profissional; discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente; alternativas de lazer; a questão do prazer; família; escola; trabalho; grupos.

  • Modelos de prevenção

Em maio de 1989 foi publicado o artigo “Prevenção do abuso de drogas na escola: uma revisão da literatura internacional recente” (Carlini-Cotrim, B. e Pinsky, I.) que sistematiza as posturas teóricas (ideológicas e políticas) que orientam os programas que visam prevenir o abuso de drogas no sistema escolar.

Apesar das propostas de atuação tratadas no artigo estarem mais especificamente voltadas para o contexto escolar, não deixam de ser uma referência fundamental para a orientação de outras organizações institucionais que pretendem implantar um programa de prevenção.

No geral, há três propostas diferentes de atuação visando a prevenção do abuso de drogas:

  • Aumento do controle social
  • Oferecimento de alternativas
  • Educação
  • Tópicos relevantes no planejamento de intervenções preventivas

As idéias aqui apresentadas servem como ponto de partida para aqueles que desejam planejar intervenções preventivas nos diferentes grupos sociais, na questão do uso indevido de drogas, visando apenas e tão somente o desenvolvimento de alguns elementos de reflexão.

Neste sentido, lembramos Roberto Evangelista quando enumera uma série de “recomendações” a serem consideradas no planejamento de intervenções preventivas, das quais reproduzimos algumas:

  • “… refletir sobre os desafios do cotidiano da comunidade, das instituições e dos diferentes grupos sociais, analisando as situações tais como elas se apresentam e propor respostas, enunciando os objetivos do trabalho”;
  • “… trabalhar de forma mais comprometida e pautada nas realidades sociais, de forma a perceber a necessidade de reaprender com suas práticas, reintegrando seus conhecimentos através de uma postura constante de investigação sobre elas”;
  • “… buscar o conhecimento da população-alvo de seu trabalho, direcionando os objetivos às necessidades apontadas pela população, buscando conhecer suas dificuldades, valores, atitudes, comportamentos, preferências, práticas, estilo de vida, afeto, formas de relacionamento, representações sociais etc”;
  • “… realizar um diagnóstico grupal e/ou institucional levando em conta os objetivos destes, as características e necessidades reais de suas demandas”;
  • “… apreender a díade droga-usuário em sua dimensão social, percebendo o modo como isto se articula”;
  • “… apreender como os diferentes grupos sociais organizam, pensam e vivenciam no imaginário social, as drogas e os usuários de drogas”;
  • “… apreender o objeto de trabalho como coletivo, planejando coletivamente as práticas de atuação”;
  • “… perceber o seu trabalho dentro de uma função social, como área de estudo das relações interpessoais e do processo de desenvolvimento humano”;
  • “… refletir à respeito de seu compromisso profissional dentro de uma atitude crítica e uma postura ética”;
  • “… refletir sobre o trabalho em equipe, planejado sobre as necessidades apreendidas coletivamente”;
  • “… possibilitar a diferenciação das atuações preventivas aos níveis primário, secundário e terciário e seus reflexos sobre o indivíduo e a sociedade” e, finalmente,
  • “… possibilitar discussões e conhecimentos de situações de crise durante o processo de desenvolvimento humano de todo o ciclo vital e possíveis intervenções para a promoção da saúde”.

Diante deste quadro é possível colocar as ações preventivas e os profissionais que a elas se dedicam, dentro do trilho da promoção de condições satisfatórias de vida.

Quando se pensa na saúde dos indivíduos, significa abordar as condições objetivas e subjetivas da vida de modo indissociado. Da mesma forma, tal abordagem implica na desconstrução das representações sociais negativas acerca da figura do “drogado”, sendo este um aspecto decisivo para a vida de relação, para a cidadania. Pois como afirma Tsu, 1991: “As práticas sociais mantêm-se legitimadas por pensamentos e sentimentos relativos à imagem do ‘drogado’ “.

 

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