Jovens do CASA Itaquera assistem à palestra com artista plástico
Daniel Ferreira da Silva, que pinta e desenha com a boca e os pés, falou sobre superação
Nascer com a deficiência não foi um limite. Ao contrário, se tornou um impulso para o artista plástico e palestrante Daniel Ferreira da Silva se desenvolver e chegar à vida adulta de forma independente utilizar os pés e a boca como meios de expressar sua arte.
Essa foi a mensagem que todos os adolescentes em internação no CASA Itaquera, na zona leste de São Paulo, absorveram durante a palestra com Silva no dia 18 de janeiro. Uma lição de que, no fim, todo ser humano tem um obstáculo a superar.
Divididos em dois grupos, de acordo com os módulos do centro socioeducativo, por duas horas o artista plástico compartilhou, no primeiro momento, sua trajetória: nasceu sem os braços por uma má formação congênita, mas sempre foi estimulado pela família a se desenvolver como qualquer outra pessoa.
Hoje, aos 33 anos, tem uma vida independente, mora sozinho, dirige, pratica natação e exerce as artes plásticas como ofício, utilizando os pés e a boca para realizar sua técnica.
Na segunda etapa, durante a interação com os adolescentes, além de desenhar, demonstrando sua técnica, incentivou alguns jovens a repetir o desenho com os pés ou a boca. Silva também pediu para os rapazes elencarem atividades cotidianas que achavam ser impossíveis de exercer devido à deficiência.
“O Daniel (Silva) comentou que toma banho sozinho, sentado em uma cadeira e utilizando os pés, assim como também consegue cozinhar”, explicou a encarregada Administrativa do CASA, Patrícia Nalin das Neves, que o convidou para palestrar. “Só que há algo que para a gente é normal e ele tem grande dificuldade em fazer, que são abotoar roupas e abrir maçanetas redondas.”
Para a encarregada Administrativa, o artista mostrou que todos possuem algum tipo de dificuldade a ser superada. “E que, no final, todos sofremos alguma forma de discriminação”, completou Patrícia.
