Jovens da Fundação CASA Osasco I participam de palestra sobre violência doméstica
Gislaine Malaquias, vítima de relacionamento abusivo, usou sua história e metáfora com o vôlei para conscientizar os adolescentes
Imagine duas equipes disputando uma partida de vôlei, com atletas sentindo emoções variadas, como a raiva, a frustração e a baixa autoestima quando se perde o jogo. Para as vítimas de violência doméstica, esse quadro seria parecido, segundo a empreendedora e jogadora amadora de vôlei, Gislaine Malaquias, fundadora do grupo Mulheres Águias.
A partir dessa metáfora, Gislaine contou sua experiência de vida, como vítima de um relacionamento abusivo durante sete anos, durante uma palestra para os adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Fundação CASA Osasco I, no município da Região Metropolitana de São Paulo, ocorrida na última segunda-feira (30/09).
Durante cerca de uma hora e meia, a palestrante definiu as características da violência doméstica, tratou sobre o crescimento dos índices e, principalmente, deu seu testemunho pessoal. Mais do que isso, ela se utilizou de uma dinâmica com uma bola de vôlei para estimular a interação dos jovens.
Dividido em dois grupos, como duas equipes de vôlei, a cada tema um dos adolescentes da equipe que estava com a bola de vôlei, falava de suas impressões e, com um toque na bola, instigava que um jovem da outra equipe também contribuísse.
“Os adolescentes refletiram sobre machismo e alguns valores que podem contribuir com a violência doméstica que eles ainda possuem, levando a um pensamento crítico”, afirmou a diretora do CASA Osasco I, Fabiane Valentim Koetz. “Ela mostrou como conseguiu superar anos de humilhações por meio do trabalho e do esporte.”
Para a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, o contato com experiências de vítimas de violência doméstica humaniza um problema estrutural da sociedade brasileira. “Por vezes, os adolescentes que atendemos também presenciaram situações violentas em suas famílias, e compreender o que culturalmente leva a isso é fundamental para superar esse profundo problema social”, avaliou Claudia Carletto.