Jovens da Fundação CASA em São José dos Campos celebram a arte circense
Exibições com pirâmide humana, acrobacias e malabares também marcaram o aniversário de 21 anos da Fundação CASA Tamoios

Acrobacias, malabarismos e pirâmide humana encerraram um período de muito estudo contextualizado ao longo do mês de março para celebrar a arte circense no conteúdo pedagógico ministrado nas aulas da educação escolar para os adolescentes em medida na Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) Tamoios, em São José dos Campos.
Na última sexta-feira (4), adolescentes, servidores e professores da escola vinculadora, a Escola Estadual Euclides Bueno Miragaia, participaram de uma ação no centro de atendimento que envolveu demonstrações de números acrobáticos, montagem de pirâmide humana e equilíbrio com malabares, além de apresentação musical que também marcaram o aniversário de 21 anos de funcionamento da Fundação CASA Tamoios.
Tudo foi executado com muita dedicação e afinco de adolescentes, professores da escola vinculadora e servidores. O entusiasmo já era visível durante os estudos sobre o circo, que permearam as aulas de forma interdisciplinar com os professores de diversas disciplinas, desde Artes e Inglês, passando pela História e chegando à Matemática, com participação de todos os jovens atendidos, que frequentam turmas dos ensinos Fundamental (6º ao 9º anos) e Médio.

André Luiz Garcia, professor de Artes e Inglês, por exemplo, lembrou a origem dos malabares e acrobacias no Egito Antigo, por meio da arte egípcia, e incentivou os adolescentes a produzir murais e decorações temáticas no centro de atendimento. A professora de Língua Portuguesa Janaina Arruda orientou os jovens a se expressarem com a elaboração de poemas inspirados no universo circense.
Na Matemática, a professora Silvia Máximo estimulou os jovens a usar a criatividade aliada à lógica, com o estudo dos padrões geométricos presentes no circo e a produção de mosaicos. Nas aulas da Educação Física, a professora Jamile Pereira colocou os adolescentes para mexer o corpo e aprenderem ginástica acrobática e malabares. O resultado da dedicação de todos foi perceptível no empenho durante as apresentações na celebração do circo e dos 21 anos do centro.
Já o docente de História Carmo Antônio da Silva, que ministra aulas na Fundação CASA Tamoios desde o início do funcionamento do centro de atendimento, no dia da comemoração, elaborou uma linha do tempo em que comparou a trajetória do circo com a evolução do funcionamento do centro socioeducativo.
“O professor promoveu uma reflexão em todos sobre pertencimento e identidade”, contou o diretor interino da Fundação CASA Tamoios, Alessandro Muniz. “Trazermos o tema do circo para o projeto pedagógico possibilitou momentos de ludicidade, ponderação e valorização cultural, além de desenvolver habilidades socioemocionais.”

O evento ainda teve apresentação musical da banca composta por servidores do centro socioeducativo e adolescentes, que ensaiaram durante duas semanas. Eles cantaram a música “É preciso saber viver”, composta por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, emocionando quem estava presente. Participaram do grupo o coordenador de equipe Adailton Lucas da Silva, os agentes de apoio socioeducativo Denner dos Santos e Evandro Amorim e os agentes educacionais Eliara Fernandes e Joelington da Silva.
A organização da celebração foi da coordenadora pedagógica Ivanilda Vieira da Silva e da agente educacional Fernanda Carillo.
A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, destaca a importância da parceria entre a instituição e a Secretaria de Estado da Educação. “Os professores ministram as aulas nos centros de internação, utilizando conteúdo programático e material didático da rede pública estadual, o que ajuda na trajetória escolar dos jovens durante o período do atendimento e depois, na desinternação, quando retornarem ao convívio em sociedade”, explica.
Embora não tenha um marco legal, o Dia do Circo é tradicionalmente comemorado no Brasil em 27 de março em homenagem ao dia do nascimento de Abelardo Pinto, o palhaço Piolin, cujo auge da carreira foi durante a década de 1920. Piolin nasceu no ano de 1897, em Ribeirão Preto, filho de artistas circenses. Em 1917, ele se tornou o palhaço Piolin, um apelido que ganhou na infância por ter as pernas longas e finas.
Sobre a Fundação CASA
A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, com base no ato infracional e na idade dos adolescentes, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social.