Jovem do CASA Vila de São Vicente conquista 3º lugar no concurso de redação da DPU
Em sua 7ª edição, iniciativa da Defensoria Pública da União reconheceu os melhores textos sobre alimentação digna
O jovem Leandro (nome fictício), de 18 anos, que cumpriu medida socioeducativa de internação no CASA Vila de São Vicente, centro socioeducativo da Fundação CASA na cidade de São Vicente, conquistou o terceiro lugar nacional do 7º Concurso de Redação da Defensoria Pública da União (DPU).
O concurso da DPU, lançado em 2022, teve os resultados divulgados no final do primeiro trimestre deste ano. O tema da edição foi “Prato feito: alimentação de qualidade é sinal de dignidade”.
A conquista de Leandro, que é morador de Praia Grande, ocorreu na categoria nacional, que abrangeu adolescentes em internação e presos do sistema prisional brasileiro que estivessem entre o 6º e 9º anos do Ensino Fundamental ou no 1º ao 3º ano da Educação de Jovens e Adultos (EJA). No nível estadual, entre jovens em internação que receberam menção honrosa, Leandro ficou em primeiro lugar.
Hoje egresso, o morador de Praia Grande recebeu pontuação de 9,75 pelo texto, intitulado “Dignidade”, em que questionou a possibilidade de se discutir a qualidade da alimentação no ano em que o Brasil retornou ao mapa da fome, com milhões de pessoas nessa condição. Como prêmio, o jovem receberá um tablete.
Em primeiro lugar na categoria do nacional ficou um adolescente de 17 anos da Bahia, que obteve a pontuação máxima (10) e, em segundo, um jovem, também de 17 anos, originário do Maranhão, cuja redação recebeu pontuação 9,98.
“Mesmo no mundo contemporâneo que vivemos, com toda a tecnologia, saber se expressar adequadamente por escrito é um meio de provocar a reflexão e elevar o seu nível educacional”, afirma o presidente da Fundação CASA, João Veríssimo Fernandes.
Leandro não foi o único premiado do CASA Vila de São Vicente. O adolescente Marcelo (nome fictício), de 16 anos, ainda em internação no CASA Vila de São Vicente, recebeu a menção honrosa pela terceira colocação no nível estadual.
Com pontuação de 9,5 na redação, intitulada “Fome no Brasil”, Marcelo discorreu sobre como a fome ainda é presente nos lares brasileiros, apesar do direito constitucional à alimentação, trazendo dados sobre como o problema afeta ainda mais os negros e mais pobres.
O resultado do centro socioeducativo refletiu a ação que a equipe pedagógica realizou em conjunto com duas professoras de Língua Portuguesa da escola vinculadora, a E.E. Governador Mário Covas Júnior entre os meses de setembro e novembro do ano passado.
No período, os 18 adolescentes inscritos e com redações entregues assistiram a filmes e documentários sobre o tema, debateram com as professoras e, no final, escreveram seus textos. Leandro e Marcelo foram orientados pela professora Suellen Martins dos Santos.
A segunda colocação na categoria estadual, entre os adolescentes em internação no Estado de São Paulo que receberam menção honrosa, ficou para a jovem Eduarda (nome fictício), de 18 anos, hoje concluinte do Ensino Médio e estudante do curso técnico de Mecânica no Instituto Federal de São Paulo (IFSP) em Avaré. À época da inscrição, estava matriculada na 3ª série do Ensino Médio.
Sua redação, cuja nota foi 9,75, comparou a origem da feijoada, alimentação destinada aos escravos feita com restos de carne de seus senhores, à situação de insegurança alimentar enfrentada pelos brasileiros durante a pandemia da Covid-19, que passavam horas em filas em mercados e açougues para conseguir carne mais barata.
Na 7ª edição do Concurso de Redação da DPU, a Fundação CASA inscreveu 77 adolescentes atendidos em 12 centros socioeducativos de seis divisões regionais: Metropolitana Sudeste (DRMSE), Litoral (DRL), Oeste (DRO), Sudoeste (DRS), Norte (DRN) e Vale do Paraíba (DRVP).
