Jovem da Fundação CASA Taubaté participa da Lítera: Festa das Letras e da Voz

Antes da abertura do evento no Sesc Taubaté, adolescente apresentou sua obra ao poeta Sérgio Vaz, no contexto das vozes da rua

 

“Aqui eu nasci, aqui fui criado. Eu amo esse lugar, aqui é a minha quebrada. Tem várias pipas no fio e vários muros pichados. E aqui a humildade segue ao meu lado.” Essa é a primeira estrofe do poema “Poesia de quebradas”, escrita pelo jovem Marcelo (nome fictício), de 17 anos, foi apresentada ao poeta e escritor Sérgio Vaz antes da abertura da Lítera: Festa das Letras e da Voz, no Sesc Taubaté na última quarta-feira (16). A primeira edição do evento que celebra a literatura terminou no último domingo (20).

O adolescente autor do poema cumpre medida socioeducativa na Fundação CASA Taubaté, no Vale do Paraíba. Antes da mesa de debate, o jovem conversou com o poeta, que o presenteou com um exemplar autografado do seu livro “Flores de Alvenaria”, editado pela Global Editora. O evento no Sesc Taubaté teve entrada gratuita.

Marcelo, que é de Taubaté, participou do evento, da plateia, como prêmio por sua poesia ter vencido o concurso interno do centro de atendimento, realizado em outubro entre os jovens que frequentam o projeto “Poesia Pintada”, realizado em três turmas pela agente educacional Jaqueline Vieira. Ao todo, 45 jovens participam da atividade pedagógica complementar.

A seleção das obras ocorreu em cada turma, a partir da votação dos próprios adolescentes em medida socioeducativa. Com a sua poesia eleita, Marcelo concorreu com outros dois jovens, representantes das outras turmas. No final, na votação entre servidores e jovens, “Poesia de quebradas” venceu. Em segundo lugar ficou o poema “Flores da Batalha”, cujo autor também ganhou o livro “Flores de Alvenaria” autografado. O terceiro colocado levou uma medalha.

“O Marcelo se empenha muito no projeto, porque gosta muito de escrever poesias. No contato inicial com o poeta Sérgio Vaz, ele ficou todo envergonhado e emocionado. O poeta, por sua vez, plantou uma semente de incentivo nele para que publique o seu próprio livro”, conta a coordenadora pedagógica do CASA Taubaté, Thaís Renata de Lima. “Agora ele sonha em publicar o seu livro.”

Antes de leva-lo à Lítera, a equipe pedagógica do centro de atendimento apresentou ao jovem a obra de Sérgio Vaz, focada também na literatura vinda das periferias.

A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, considera que proporcionar o contato entre os jovens da Fundação CASA e autores reconhecidos fomenta a consolidação de leitores. “Muitas vezes é durante a execução da medida socioeducativa que os jovens acabam tomando o gosto pela leitura, porque ela também os proporciona viajar além dos limites físicos que a restrição da liberdade impõe”, afirma a presidente.

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