Fundação CASA tem intercâmbio enxadrístico inédito na capital paulista

Jovens de clube de xadrez da Fundação CASA Juquiá jogam partidas com enxadristas com deficiência visual do Instituto Equidade Plural

 

À esquerda há um homem branco, vestindo camisa preta com detalhes em laranja na gola e nas mangas, enquanto à direita está um jovem vestindo uma camiseta amarela. Ambos estão sentados em uma mesa grande de concreto do refeitório do centro de atendimento, tendo à frente de cada um tabuleiros de xadrez com as peças, sendo que o do homem é um tabuleiro adaptado. Ao centro da foto eles se cumprimentam com as mãos. Ao fundo da imagem há ainda mais dois adultos e um jovem.
Enxadrista com deficiência visual e jovem da Fundação CASA Juquiá se cumprimentam antes da partida

Um dos centros da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) na cidade de São Paulo foi palco para um evento inédito e enriquecedor: um intercâmbio enxadrístico entre dez adolescentes atendidos na Fundação CASA Juquiá, no Complexo do Brás, e sete enxadristas com deficiência visual do Instituto Equidade Plural (INSEP). Mais do que uma breve competição de partidas de xadrez, durante três horas jovens e adultos trocaram experiências e vivências que os marcam para sempre.

Os jogadores do INSEP – cinco homens e duas mulheres – trouxeram tabuleiros adaptados e ensinaram aos enxadristas da Fundação CASA Juquiá como jogam diante da ausência ou da baixa visão. Os dez adolescentes, que compõem o Rei Destemido Clube de Xadrez (RDCX) do centro de atendimento, aprenderam não só os recursos, como também as lições de superação e bom humor vindas de pessoas tão especiais. O intercâmbio enxadrístico inédito com pessoas com deficiência aconteceu na última segunda-feira (24).

“Foi uma verdadeira aula de cidadania para cada os jovens e servidores que acompanharam a atividade”, afirmou o agente educacional Cícero Tavares da Silva, que é o mestre enxadrista responsável por estimular o esporte entre todos os adolescentes atendidos na Fundação CASA Juquiá. “Conhecer as dificuldades pelas quais eles passam e os caminhos trilhados para superação para cada uma delas foi uma experiência muito gratificante para os jovens.”

Um homem adulto, idoso, branco, vestindo camiseta preta com detalhes em laranja na gola e mangas, está numa mesa de concreto do centro de atendimento, com um jovem à sua frete, vestindo camiseta preta, tendo entre eles um tabuleiro de xadrez com as peças. O homem está ligeiramente levantado, segurando uma lanterna e projetando o corpo na direção do jovem e gesticulando.
Jovens aprenderam os recursos que enxadristas com deficiência visual utilizam

A enxadrista Célia Maschio, do INSEP, ressaltou a importância da ação, com a inclusão por meio do esporte. “Foi a primeira vez que joguei presencialmente com uma pessoa que enxerga. Me emocionei por estar lá (na Fundação CASA Juquiá)”, contou a enxadrista.

Depois das partidas, os dez adolescentes, servidores e membros do INSEP ainda conversaram bastante sobre suas experiências de vida, destacando o papel do xadrez na história individual. Como em outros intercâmbios enxadrísticos e competições internas, o encontro teve apoio da Associação Desportiva Atleta Rei (ADAR) e da Associação de Xadrez Suzano (AXS), que enviaram o Mestre Nacional em xadrez Yan Capobianco para atuar como árbitro no intercâmbio enxadrístico.

Divididos em turmas de iniciante, intermediário e avançado, todos os jovens atendidos na Fundação CASA Juquiá participam das aulas de xadrez do agente educacional três vezes na semana, dentro da agenda pedagógica. Eles ainda competem em campeonatos internos do centro de atendimento, realizados com frequência. Os dez adolescentes/enxadristas mais bem ranqueados nas competições entram para o Rei Destemido Clube de Xadrez.

Para a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, as iniciativas de inclusão enriquecem o repertório dos adolescentes atendidos. “Os servidores têm a sensibilidade em perceber o quão importante é aproximar pessoas que se encontram em diferentes condições de vulnerabilidade, para que não só reflitam em conjunto, como também juntem esforços para buscar a garantia de seus direitos”, avaliou a presidente.

O Instituto Equidade Plural promove a equidade e a inclusão social para pessoas de diferentes origens, capacidades e necessidades, buscando reduzir as desigualdades, incentivar a diversidade e criar um ambiente acessível e justo.

Sobre a Fundação CASA

A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, com base no ato infracional e na idade dos adolescentes, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social.

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