Fundação CASA em Guarulhos discute respeito no Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial
Jovens da Fundação CASA Guarulhos participaram de bate-papo com líder religiosa do candomblé; data também celebram as tradições de matrizes africanas

Um grupo de 15 adolescentes que cumprem medida socioeducativa na Fundação CASA Guarulhos, localizada no município da Região Metropolitana de São Paulo, debateu o respeito à cor da pele e às tradições de matrizes africanas, assim como promover o fim do preconceito num bate-papo com a líder religiosa do candomblé Iyalorisa Claudia de Oya, conhecida como Mãe Claudia, do Ilê Asé Omo Oya.
O momento de conscientização ocorreu na última sexta-feira (21), quando se celebrou o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) como marco para ser lembrado o “Massacre de Shaperville”, ocorrido em 1960 na África do Sul. Na ocasião, 20 mil sul-africanos foram mortos durante a repressão militar violenta durante um protesto contra a limitação da circulação de pessoas negras durante o Apartheid.
Já no Brasil, o dia 21 de março foi instituído, por meio da Lei nº 14.519/2023, como o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.
A líder espiritual conversou sobre as religiões com matrizes africanas, suas manifestações no Brasil e a luta contra o preconceito religioso. Ela também destacou as características do racismo e a importância do letramento racial para que não só as pessoas negras se reconheçam como também cobrem respeito às suas raízes, salientando o quanto ainda precisam ser respeitados pela sociedade.
“Foi uma roda de conversa muito significativa, com quebra de tabus e preconceitos e com participação muito interessada dos adolescentes”, afirmou o diretor da Fundação CASA Guarulhos, Douglas Araújo de Souza.
Desde 2023, Mãe Claudia realiza palestras e encontros no centro socioeducativo para discutir temas relacionados às tradições africanas, incluindo espiritualidade e tolerância pelo convívio social.
A presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, considera que “a conscientização sobre formas de eliminar o preconceito sobre a cor da pele ou da religião também é parte do processo socioeducativo dos adolescentes, assim como a criação da consciência sobre a liberdade e o direito de existência de todas as pessoas”.
Sobre a Fundação CASA
A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA), vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania, aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE). Atendendo jovens de 12 a 21 anos incompletos em São Paulo, a Fundação executa medidas de privação de liberdade e semiliberdade, determinadas pelo Poder Judiciário, com base no ato infracional e na idade dos adolescentes, garantindo os direitos previstos em lei, pautando-se na humanização, e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social.