Colaboradores que Inspiram: Tahis Geraldo, cinco décadas de dedicação ao resgate de identidades

 

Agente administrativa do Núcleo de Acervo Institucional Documental ajuda pessoas a conhecer suas origens com base em prontuários de atendimento preservados desde 1927

 

Há 50 anos, a colaboradora Tahis Helena das Neves Geraldo, que atua como agente administrativa no Núcleo de Acervo Institucional Documental (NAID), ajuda pessoas que buscam a Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) com um desejo muito importante: o de conhecer sua origem, identidade e história.

Admitida em 20 de novembro de 1974, Tahis acompanhou quase que em totalidade a evolução da Fundação CASA, da época em que a Instituição abrigava crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, o começo da Febem e a mudança de paradigma que levou à criação da Fundação CASA.

A profissional iniciou seu trabalho no antigo pensionato feminino Nossa Senhora do Carmo. Dois anos depois, em 1976, foi criada a Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem/SP), e Tahis foi transferida para a Seção de Cadastro de Menores, a antiga SCM.

Nesse setor, ela atuou com o ex-chefe do arquivo da Fundação CASA, Sérgio Ranalli, e aprendeu mais sobre a importância de resgatar, preservar e documentar as informações das crianças atendidas no período. “Foi com o Ranalli que entendi a importância da conservação desses prontuários. Fomos buscando, resgatando essas informações e alimentando nosso arquivo documental”, comentou.

Hoje, graças a esses registros, Tahis consegue ajudar a maioria pessoas que buscam informações sobre sua família biológica, para conhecer sua história e sua origem. “Acredito que em 90% dos casos conseguimos achar a encontrar a documentação pré-adoção”, destacou.

Ela cita casos de crianças que foram adotadas por estrangeiros. “Na época era permitido, então essas crianças foram adotadas por italianos e ingleses. Depois de adultos, eles acabavam descobrindo ou era revelado, e eles vinham para o Brasil conhecer seu passado”, destacou.

“Tem um caso que eu consegui descobrir a origem da pessoa pelo primeiro nome e pela data de nascimento e isso possibilitou o acesso dela a serviços de saúde. Isso não tem preço”, comentou Tahis.

Atualmente, quase a totalidade desse acervo, que tem o registro mais antigo remetendo ao ano de 1927, está digitalizado e os originais preservados no Arquivo do Estado. “Graças ao nosso trabalho, muitas pessoas conseguem resgatar a sua história, que é o seu direito. É um trabalho cansativo de pesquisa, porque, às vezes, não conseguimos realizar o resgate de vínculos familiares, mas nos alegramos quando conseguimos fornecer essas informações para as pessoas”, concluiu.

Por isso, a trajetória de Tahis Helena das Neves Geraldo é uma inspiração para todos: é repleta de comprometimento, dedicação e carinho.

“Celebrar a trajetória da Tahis é reconhecer um trabalho que transcende o dia a dia administrativo. Por meio de sua dedicação e sensibilidade, ela devolve às pessoas algo fundamental: suas histórias e identidades. Sua atuação é um exemplo vivo de como a Fundação CASA promove o resgate de direitos e reforça a dignidade humana. Que a sua trajetória inspire cada um de nós a compreender o impacto transformador de nossas ações”, diz a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto.

 

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