CASA Guarulhos discute abolição da escravatura

Em roda de conversa realizada no dia da assinatura da Lei Áurea, agente educacional apresentou figuras importantes de luta pela liberdade

 

Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel, que regia o Império brasileiro, assinou a Lei nº 3.353, conhecida como a Lei Áurea, o ato administrativo que aboliu a escravatura no Brasil. Exatos 134 anos depois, adolescentes em medida socioeducativa de internação no CASA Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, discutiram, em roda de conversa, durante uma hora e meia, os impactos da lei para os negros no país.

A partir de frases de figuras importantes na luta pela liberdade, a agente educacional Maria da Cruz estimulou os jovens a debater questões como as condições do trabalho escravo, a permanência do racismo na sociedade brasileira e a tentativa de reparação dos danos históricos por meio de políticas públicas, como as cotas nas universidades.

Na oficina, a agente educacional apresentou frases de inspiração de liberdade ditas por figuras importantes na luta do movimento negro, como Zumbi dos Palmares, um dos líderes do Quilombo dos Palmares, no século XVII, e a educadora Makota Valdina, além do poeta e dramaturgo austríaco Franz Grillparzer.

A frase atribuída a Zumbi dos Palmares – “É chegada a hora de tirar nossa nação das trevas da injustiça racial” – tem o contexto da luta dos negros escravizados que se refugiavam no Quilombo dos Palmares, um local de resistência aos portugueses que surgiu no final do século XVI na Serra da Barriga, onde hoje se encontram os Estados de Alagoas e Pernambuco.

Zumbi assumiu a liderança do local em 1678 e foi morto em 20 de novembro de 1695, após ter o local denunciado. A data da sua morte é celebrada em municípios brasileiros como o Dia da Consciência Negra.

Já da educadora Makota Valdina, como era conhecida Valdina de Oliveira Pinto, a agente educacional apresentou a frase: “Não sou descendente de escravos. Eu descendo de seres humanos que foram escravizados!”. Makota, falecida em 2019, foi uma das principais ativistas contra o racismo e a intolerância religiosa no Brasil. Ela foi conselheira da mãe de santo no terreiro de candomblé Tanuri Junsara, localizado em Salvador.

Na frase atribuída a Franz Grillparzer – “As correntes da escravidão só prendem as mãos. É a mente que faz livre o escravo” –, a agente educacional incentivou os jovens a avaliar como a liberdade é um estado intrínseco ao ser humano. Como forma de ilustrar, os jovens ilustraram cartazes de correntes arrebentadas.

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